Seguidores

sábado, 18 de maio de 2013

Passado

Está frio. Na verdade congelando. Sabe quando chega a um ponto em que você não sente mais a ponta do seu nariz e os dedos do pé, mesmo estando de meia? pois é, eu tô sentindo tudo isso ao mesmo tempo. Devo estar sentindo tudo isso, exatamente porque a janela do meu quarto esta escancarada, passando por ela um vento gelado, aqueles cortantes, que quando toca na nossa pele arrepia, pelo por pelo; extremidade por extremidade. Eu gosto, não sei explicar, apenas gosto. Sabe quando você gosta de alguma coisa, mas não sabe explicar? Você até tenta, mas acaba se confundindo, atropelando todas as palavras que tentam escapar de dentro da sua boca. É assim mesmo.
Eu gosto dessas noites frias, porque normalmente, nelas que eu penso em várias coisas. Qualquer coisa mesmo; meu pensamento se liberta de uma forma inexplicavel, as formas, cores, palavras e sentidos fogem de mim, e ilustram meu quarto e a minha noite.
Hoje me peguei pensando em como as coisas passam rápido ( a cada segundo, minuto e hora do nosso dia). Disso posso dizer que eu não gosto. TUDO passa, literalmente. Um sorriso passa, um abraço passa, um olhar passa, um pensamento passa, um momento passa, a VIDA passa... E fica tudo lá atrás, no pretérito perfeito do indicativo.
Porque tanta pressa vida? Por que não ser mais devagar? Por que não dar mais gostinhos gostosos a cada coisa que vemos e sentimos? Por que? Eu não sei. E também não gostaria de saber, vai que a resposta me quebrasse ao meio? Sem dó, nem piedade.
E então você deve estar se perguntando agora em qual conclusão eu cheguei sobre isso. E sinceramente? Nenhuma. E se eu fosse explicar, iria me embaralhar, digitar e apagar, digitar e apagar; e nada nunca seria concreto. Essas coisas da vida, são assim mesmo. Passadas. A única coisa que nos resta, é senti-las como o vento gelado e cortante que esta passando brutamente pela minha janela e se arrastando pelo meu rosto.