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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Merda

Foi em um sábado que eu acordei me sentindo uma merda ( e com muita dor no ombro), que eu tive que levantar da cama mesmo assim para encarar mais um dia. Acordei sem brilho, levantei sem brilho, escovei os dentes sem brilho, sorri sem brilho, falei sem brilho e outras coisas mais... sem brilho.
27/04, último sábado do mês, ou seja, dia de sarau. No caminho até a escola, fui em silêncio. Sabe quando você não esta a fim de abrir a boca? Poisé. Tentei falar com os olhos. Se alguém pegasse algo que eu tivesse deixado cair no chão, agradeceria com um olhar bondoso, se alguém me desse licença, agradeceria com um sorriso meia boca.Enfim, assim foi meu trajeto até a escola, falando com olhares.
 Chegando lá, avistei o resto do pessoal e sorri para eles, e percebi que eu não estava na merda sozinha, que alguns deles também estavam na merda, e sem brilho. Antes do sarau haveria um aquecimento na oficina de teatro. E eu com aquele ânimo todo, com aquela dor toda...
Sentamos todos em círculo, eu, o resto dos alunos e os dois professores ( Rô e Rê). O Rô (Rodrigo), queria trocar uma idéia com a gente sobre o sarau da biblioteca, e parecia importante. Então ele começou a falar. Acho que ali eu vi outro lado do Rodrigo. Vi um Rodrigo que se importa com as pessoas, que quer sempre alcançar o melhor, que quer que todo mundo BRILHE o máximo possível! Fiquei encantanda. Cada palavra, cada gesto que ele fez, entrou pelos meus ouvidos, foi processado em minha mente e me arrepiou dos pés a cabeça. E vi que não estava sozinha nessa também! Todos ficaram encantados com a força e a energia que estávamos recebendo. Quando cheguei à escola, minha pequena estrela estava apagada, sem brilho, sem graça. E depois de ouvir tudo que o Rô havia falado, ela reacendeu, soltou umas faisquinhas e então,me senti acesa como um fogo de artifício.
Depois de algum tempo, começou a pequena correria para arrumar as coisa do sarau. Bom, até que não foi tão corrido, o pessoal estava bem animado e todos ansiosos para começar logo, até eu rs. Como se tudo ainda não estivesse bom, tivemos uma surpresa. Um menininho ( ele deve ter uns 11 anos), chamado Wesley, apareceu lá enquanto arrumávamos, e disse que queria fazer parte do sarau. Eu achei aquilo tão lindo, tão puro. Era nítido como ele queria estar ali perto de todo mundo, ajudando no que fosse possível. E obviamente ele entrou no grupo. Ajudou bastante, qualquer coisinha ele vinha e falava " deixa que eu te ajudo", sorria e seus olhos brilhavam, do tamanho da lua. Dava vontade de pegar ele no colo, cantar e dizer o quanto ele é especial sabe? Um encanto!Enfim o sarau estava pronto. E meio vazio. E dentro da minha cabeça eu torcia " enche, enche, enche! ". Dito e feito. Depois do nosso cortejo, pareceu que tinha mais gente. Estava lindo daquele jeito mesmo, sem tirar nem por. As pessoas estavam felizes, sorridentes, com sede de recitar, cantar, etc. Aquele palco estava parecendo na verdade, uma constelação, com uma energia fora do normal de tão bom, estava incrível! Por mim eu não saia mais de lá.
Tivemos a apresentação da Rapper Bê O, que inclusive, é foda! Uma voz maravilhosa, uma música maravilhosa e representou muito bem o rap brasileiro! Eu amei o pocket show dela! E no finalzinho tívemos a presença do escritor Ferréz. O cara é demaaaaaaaais. Ficaria horas ali sentada ouvindo as histórias dele, foda!
E então a noite foi caindo, a lua foi iluminando parte do pátio da escola, e realmente parecia que as pessoas não queriam ir embora ( quer coisa melhor?). Com certeza esse sarau foi um dos melhores, a energia entre as pessoas estava muito boa e envolvente, por mim faria tudo de novo; da parte em que eu acordei uma merda ( acho que essa merda me trouxe muita sorte mesmo), até a parte em que eu, e todo mundo, brilhamou sem medo de ser feliz e sem hora para apagar o brilho do olhar e da vida!

Um por todos, e todos por um! Merrrrrrrrrrda pá nóis!